BRASIL x UNIÃO EUROPÉIA
04/01/2018
A pujança do relacionamento comercial também se reflete na análise dos investimentos entre o bloco e o Brasil. Em 2015, o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) da União Europeia no Brasil chegou a EUR 327,1 bilhões. Com isso, em termos de estoque com origem no bloco europeu, o Brasil foi o terceiro destino fora da União Europeia (atrás dos Estados Unidos e Suíça) e o primeiro entre países dos BRICS e América Latina.
Ainda em relação a esse quesito, a economia brasileira representou 48,5% do total de IED europeu destinado à América Latina e 81% do Mercosul. O Brasil se destaca na comparação com as demais economias dos BRICS.
O estoque de IED da União Europeia no Brasil foi 1,14 vezes maior que na China (incluindo Hong Kong), 1,9 vezes maior que na Rússia, 4,2 vezes maior que na África do Sul e aproximadamente 6,4 vezes maior que na Índia. Considerando-se os fluxos de IED da União Europeia, percebe-se que o Brasil segue como maior destino de investimentos diretos da União Europeia. No período entre 2004 e 2015, apenas em 2012 um dos BRICS superou o Brasil em atração de fluxos da União Eurpeia – China, e mesmo assim apenas se consideramos seus fluxos somados aos de Hong Kong.
Entre os países latinoamericanos, o Brasil foi líder absoluto em todo o período. Além disso, a renda líquida de IED auferida anualmente pelas empresas europeias no Brasil chegou a EUR 17,8 bilhões em 2015, ressaltando a liderança brasileira na América Latina e entre outros emergentes (exceto China) em termos de rentabilidade dos investimentos. No período de 2006 a 2015, estima-se que o IED produtivo anunciado das empresas da União Europeia tenha criado mais de 278 mil empregos na economia brasileira. Os três setores de maior destaque nesse sentido foram automotivo, metais e comunicações, os quais responderam por 36% dos empregos anunciados no Brasil.
Esses mesmos três setores representaram 52,4% do valor total de investimentos europeus anunciados no Brasil. 7 Entre 2006 e 2015, as atividades que mais concentraram o valor dos projetos anunciados de investimento produtivo europeu no Brasil foram manufatura (51,1%), TIC e infraestrutura de internet (16,2%), serviços de negócios (9,9%), indicando que o IED europeu no Brasil está fortemente ligado a setores de alto valor agregado. Ao todo, 133 empresas com capital de origem na União Europeia se posicionaram entre as 1.000 maiores companhias operando no Brasil, de acordo com publicação do jornal Valor Econômico intitulada “Valor 1000” do ano de 2016, representando um universo de praticamente 14% do total. A receita líquida acumulada dessas empresas chegou a EUR 194 bilhões em 23 setores distintos.
Nesse levantamento percebe-se que a especialização tecnológica europeia no mercado brasileiro está bastante concentrada em cinco principais setores, os quais respondem por quase 44% do total de empresas: “veículos e peças”, “química e petroquímica”, “metalurgia e mineração”, “transportes e logística” e “serviços especializados”. Em termos de receita líquida, no entanto, os principais setores com empresas de capital da União Europeia são “comércio varejista”, “alimentos e bebidas”, “petróleo e gás”, “TI e telecom” e “veículos e peças”, que juntos representam dois terços da receita total das 133 empresas. Com relação aos investimentos brasileiros na União Europeia, em 20151 o estoque de IED do Brasil no bloco chegou a EUR 127,6 bilhões. Com isso, em termos de estoque com destino no bloco europeu, o Brasil foi a quinta origem mundial fora da União Europeia, a primeira entre os países dos BRICS e a primeira da América Latina e, portanto, do Mercosul. Ainda em relação a esse quesito, a economia brasileira representou 68% do total destinado à União Europeia pelos países da América Latina e aproximadamente 95% do Mercosul. Em relação aos BRICS, o estoque de IED brasileiro na União Europeia foi 1,1 vezes maior do que a China, 2,1 vezes maior do que a Rússia, 8,5 vezes maior do que a África do Sul e 10,5 vezes maior do que a Índia. Entre os anos de 2006-20152, o Brasil anunciou investimentos produtivos da ordem de EUR 2,1 bilhões em 15 países da União Europeia. A geração de empregos atrelada a esses investimentos anunciados foi de 6.405 novas vagas.
1 Fonte: Eurostat
2 Fonte: Financial Times
3 Fonte: APEX
Os setores que lideraram o IED produtivo anunciado do Brasil na União Europeia foram, em relação a valor, energias renováveis (21,7%), alimentação e fumo (20,9%) e aeroespacial (16,6%). Juntos, esses três setores representaram quase 60% do IED brasileiro no bloco econômico. Em termos de empregos, o destaque ficou por conta de alimentação e fumo (20,9%), aeroespacial (18,9%) e software e serviços de TI (16%), os quais representaram metade das vagas anunciadas pelo Brasil na União Europeia entre 2006-2015. Cerca de 63% do IED produtivo anunciado do Brasil na União Europeia entre 2006-2015 esteve concentrado em atividades manufatureiras. Centros administrativos (10,9%) e serviços de negócios (9,5%) aparecem logo em seguida. As três atividades representaram cerca de 84% do valor investido no período.
A manufatura também lidera como atividade com maior número de empregos anunciados, cerca de 44,7% do total. O presente estudo foi elaborado por iniciativa da Apex-Brasil, com apoio da Delegação da União Europeia no Brasil, com objetivo de mapear a relevante relação bilateral de investimentos entre o Brasil e o bloco. Nesse sentido, o documento analisa dados de investimentos, operações de fusões e aquisições, e os principais setores e empresas envolvidos no IED produtivo anunciado, tanto em termos de capital investido quanto de número de empregos criados. O objetivo do estudo foi mapear as relações de investimentos para demonstrar a magnitude do relacionamento econômico entre Brasil e União Europeia.
Fonte: Murara Engenharia Ltda.
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